Aromaterapia como fim terapêutico

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Pioneiros na aplicação das propriedades curativos das plantas, os egípcios foram os primeiros a recorrer à aromaterapia. Atualmente são cada vez mais os seus adeptos, mas nem todos sabem verdadeiramente em que consiste.

A ideia de aromaterapia é frequentemente associada à sensação de relaxamento e de bem-estar que alguns aromas despertam em nós. No entanto, a aromaterapia é muito mais do que isso, é uma prática terapêutica que utiliza óleos essenciais extraídos diretamente das plantas, para a prevenção ou tratamento de problemas físicos, psicológicos e emocionais. Descoberta acidentalmente em 1920, a aromaterapia, tal como hoje a conhecemos, surgiu na sequência de uma investigação levada a cabo pelo químico francês René-Maurice Gattefossé que, depois de se ter queimado numa mão, a mergulhou instintivamente dentro de um pote com óleo essencial de alfazema. “Quando, no dia seguinte, se apercebeu que a queimadura estava praticamente cicatrizada, Gattefossé deu início a uma investigação sobre as propriedades terapêuticas dos óleos essenciais das plantas, a que deu o nome de aromaterapia”, explica Ana Paula Carneiro, docente da cadeira de Aromaterapia no Instituto de Medicina Tradicional (IMT).

De acordo com esta especialista, “sendo o olfato o sentido que está mais perto do sistema nervoso central, quando a aromaterapia se começou a desenvolver as pessoas associaram-na apenas ao olfacto. No entanto, apesar de os óleos essenciais utilizados na aromaterapia também actuarem por via olfativa e, consequentemente, sobre o sistema nervoso central, estes actuam sobretudo ao nível da corrente sanguínea, por absorção transcutânea, não só através da própria inspiração, uma vez que nos pulmões há trocas gasosas entre o ar e o sangue, mas também quandoaplicadosem massagens”.

As massagens de relaxamento são efetivamente a prática mais comum nesta terapia, mas a aromaterapia não se resume apenas a essa utilização, “até porque os óleos essenciais são medicamentos muito fortes e complexos, que também podem ser ministrados por via oral, mas apenas por pessoas com formação muito específica na área. Além disso, alguns dos óleos essenciais utilizados nesta terapia, nomeadamente aqueles que têm uma ação antibiótica, têm um cheiro bastante desagradável”, salienta Ana Paula Carneiro. Importante será referir que nem todas as pessoas reagem da mesma forma aos diferentes aromas das flores, por isso, é fundamental que antes de iniciar um tratamento de aromaterapia, cada pessoa possa escolher os óleos essenciais com que mais se identifica ao nível do olfato, “porque existem diferentes óleos, com diferentes aromas, mas com os mesmos efeitos terapêuticos e é sempre mais benéfico a todos os níveis que cada pessoa possa escolher os que lhe são mais agradáveis”, reforça Ana Paula Carneiro.

Se procura apenas relaxar, a utilização de velas, incensos e queimadores em casa é sempre uma boa opção, mas em relação aos óleos essenciais com fins terapêuticos estes só devem ser utilizados por profissionais, que saberão como diluí-los com o veículo neutro adequado.






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