Pode-se afirmar que tudo o que distingue o homem em relação ao animal — o pensamento e a linguagem — se fundamenta, do ponto de vista neurobiológico, sobre a experiência do corpo.
Cada novo gesto que o homem fazia e repetia por necessidade, cada novo utensílio ou ferramenta que o homem criava, traduzia-se em novas técnicas corporais, em novos hábitos motores; cada nova solicitação e exigência traduzia-se por novas experiências motoras e corporais.
As diferentes actividades — caça, pesca, agricultura, acções de ataque e defesa, construção de abrigos, danças, jogos, manifestações artísticas e religiosas, etc. — que constituíam o dia-a-dia do ser humano, a necessidade de este se deslocar em terrenos planos ou acidentados, na neve, no gelo ou na água, a necessidade de vencer os obstáculos mais variados, implicam, como é óbvio, a utilização de determinados aspectos do reportório motor, a solicitação corporal segundo determinadas formas.
Ao longo da sua evolução o ser humano moldou o seu corpo e o seu comportamento motor é adquiriu uma grande variedade de movimentos e habilidades motoras.
O processo de hominização assentou fundamentalmente nas funções, desenvolvimento e utilização dos aparelhos locomotor e nervoso.
O movimento e a linguagem — uma forma de expressão motora — foram os meios mais importantes de que o homem se serviu para «dialogar» com o meio e intervir’ activamente nele. Em cada gesto e em cada palavra o homem descobria, assim, a sua própria força.
O movimento e o corpo humanos foram portanto elementos fundamentais na evolução e adaptação do ser humano:
1.0 — como elemento de sobrevivência e evolução;
2.° — como meio de comunicação (verbal e não verbal);
30 — como instrumento de transformação do meio ambiente e de domínio dos elementos da Natureza;
4.° — como suporte da expressão e da comunicação.
Como afirma Chirpaz, «a história do homem é também a história da sua experiência corporal».
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