Fabrico de instrumentos, pensamento e linguagem

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O homem é o único animal que conseguiu fabricar e utilizar utensílios, engenhos exteriores capazes de substituírem os seus membros, músculos, sentidos, prolongamentos do corpo que ampliam os seus limites, capacidades e raio de acção.


1.1.1. Mão e cérebro: uma unidade fundamental

A concepção, fabrico e utilização de ferramentas e instrumentos desempenharam um papel fundamental na evolução humana: por um lado, pressupõem certas condições características dos primatas tais como a capacidade de agarrar (preensão), polegares oponíveis, punhos flexíveis e antebraços rotativos; por outro, são condição de desenvolvimento e aperfeiçoamento destas mesmas características.
Mas o mais importante é que o fabrico e a utilização de instrumentos exigiram uma relação e coordenação mão-actividade cerebral e proporcionaram o desenvolvimento do crânio e do cérebro.
A execução de tarefas motoras mais complicadas motivou um desenvolvimento rápido do córtex cerebral que efectuava a análise das informações procedentes dos órgãos motores .

A partir do momento em que as mãos ficaram libertas das funções inerentes à locomoção, aperfeiçoaram a sua estrutura anatómica, adquiriram maior agilidade e versatilidade nos seus movimentos e tornaram-se num instrumento privilegiado de relação com o meio.
Deste modo a mão, órgão de relação com os objectos, aperfeiçoou-se também como órgão de conhecimento das suas qualidades.

Ao mesmo tempo que o processo evolutivo levava a uma ampliação da capacidade craniana, o homem tornava-se mais hábil e uma maior habilidade actuou provavelmente como estimulação para um ainda maior desenvolvimento do cérebro.

A mão foi o primeiro instrumento do homem e permitiu a manifestação da capacidade de fabricar outros instrumentos, razão fundamental do fenómeno humano.
Um seixo numa mão serve para trabalhar uma outra pedra ou um pedaço de madeira, para quebrar uma noz, amassar um fruto ou abrir uma concha.

O desenvolvimento do cérebro assentou na motricidade. De facto, entre meio e ser vivo há um processo de comunicação que se organiza em termos de sistema neuromuscular. Assim, quanto mais complexa é a motricidade mais complexo e sensível é o mecanismo que a planifica, regula e executa.É curioso notar como no córtex, segundo Penfield, estão representadas as diversas partes do corpo, confirmando a íntima relação entre cérebro e motricidade .
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