São aconselháveis?
É habitual não se fazer alongamentos antes de praticar exercício ainda que entre os desportistas esta seja uma prática quase inevitável. Surgem várias perguntas que devem ser respondidas porque há muita confusão entre as pessoas comuns (e também entre desportistas!).
É habitual não se fazer alongamentos antes de praticar exercício ainda que entre os desportistas esta seja uma prática quase inevitável. Surgem várias perguntas que devem ser respondidas porque há muita confusão entre as pessoas comuns (e também entre desportistas!).
Deve-se fazer alongamentos musculares antes do exercício?
A resposta tem dois aspectos a considerar. Antes de praticar qualquer exercício físico, é sempre conveniente efectuar o que se denomina de “aquecimento prévio”. Este tem uma componente estática e outra dinâmica. A parte estática refere-se aos alongamentos e a dinâmica aos deslocamentos. Isto significa que fazer o aquecimento prévio implica sempre realizar a parte estática e a dinâmica?
Sem dúvida que sim. O tema aqui prende-se com aquilo que se interrogam muitas pessoas (inclusive desportistas), qual deve ser feita primeiro. Isto é, se o aquecimento deve começar com exercícios estáticos de estiramentos ou com os dinâmicos, ou seja, deslocarmo-nos primeiro de diferentes maneiras para aumentar a actividade cardio-circulatória de um modo geral ou começar com alongamentos.
Porém, se fizermos estiramentos “a frio”, sem fazer deslocamentos prévios, pode-se fazer uma rotura muscular!
E justamente aqui que se encontra a confusão. Não se trata de um fenómeno de “causa-efeito” ao alongar-se um músculo este lesionar-se. Nunca deveria existir este problema pelo facto de se estirar um músculo. Quando ocorre um rotura ao ser estirado é porque normalmente se encontra muito encurtado por alguma causa, geralmente associada a problemas que não têm que ver com a inactividade, entre elas podem incluir-se razões de foro emocional. Muitas vezes vê-se um desportista contrair uma lesão no início do treino após um bom trabalho de aquecimento.
Isto significa que as roturas não se devem associar necessariamente à ausência de uma activação cardiocirculatória prévia.
De qualquer modo, não será melhor primeiro activar a circulação geral e depois com o músculo mais “quente” alongá-lo e assim não pôr em risco a sua estrutura?
Aqui há mais questões a considerar. Primeiro, ainda que sejam muito benéfico estirar os músculos previamente, não é menos certo que muitos desportistas (e as pessoas em geral), têm receio de se lesionar. Nestas condições, é sempre melhor respeitar a decisão de quem se submete ao esforço físico (seja desportista ou não) pois há factores do foro psicológico que dominam nestas circunstâncias e, se ocorresse uma lesão involuntária, seguramente “seríamos acusados de ser os culpados”. Deste modo, o melhor é educar, explicar os fundamentos da razão dos benefícios de previamente estirar os músculos e depois os deslocamentos e, devagar, ir incorporando “a parte estática” antes da dinâmica.
Pelo que foi dito, parece ser mais adequado fazer alongamentos antes de efectuar a activação geral do sistema cardiocirculatório?
O que se tem demonstrado é que quando estiramos os músculos antes de os submetermos ao trabalho contráctil, este estiramento produz dois reflexos: um activa o sistema cardiocirculatório (ainda sem movimento) e o outro estimula o centro respiratório e com ele incrementa o consumo e transporte de oxigénio até ao sangue e aos músculos.
Porém, como é que isto pode acontecer se não nos deslocarmos, se apenas estivermos a estirar os músculos?
O importante aqui não é compreender como isto funciona porque o mecanismo é algo complexo para quem não está dentro da área específica. Porém, há algumas questões importantes a saber que fundamentam a eleição do “estático” antes do “dinâmico”. Quando os músculos são estirados, activam-se mecanismos que orientam o sangue que circula pelo nosso organismo, em maior medida até aos territórios musculares que estão a ser submetidos a alongamentos (e que de seguida “trabalharão”). Assim, antes de começar a parte dinâmica, já existe mais circulação “regional” que melhorará a actividade dinâmica posterior. Isto implica melhorar a temperatura local antes de começar os deslocamentos e com isso as reacções químicas que facilitarão o esforço posterior. Quanto à parte respiratória, o reflexo do estiramento que acciona a respiração aumentará não apenas a frequência respirató ria como também o consumo de
oxigénio. Deste modo, haverá mais oxigénio disponível antes do exercício.
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