O ESQUELETO E O TECIDO OSSEO

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Estrutura óssea
As peças esqueléticas não têm apenas a função de servir de suporte aos restantes constituintes do organismo, formando uma armação sólida, mas inerte, das partes moles.
O tecido ósseo é sede de fenómenos biológicos indispensáveis para a manutenção da vida, na substância medular que contém.



Os ossos são formados por uma parte compacta, em certos pontos ebúrnea, como nas diáfises dos ossos longos, e uma parte esponjosa, que predomina nas vértebras, nas epifises dos ossos longos e em todos os ossos chatos. Esta camada é constituída por um fino reticulado alveolar, formado pelo entre cruzamento de inúmeras e minúsculas trabéculas de osso compacto, dispostas em linhas de força orientadas segundo a mais perfeita adaptação ao peso e às forças exteriores que os ossos suportam.



Os alvéolos das zonas esponjosas assim como o canal central das diáfises dos ossos longos, estão cheios de medula óssea, riquíssima cm células de vários tipos, que constituem as diversas fases celulares da formação dos glóbulos vermelhos ou erítrocitos, dos glóbulos brancos designados granulocitos e das plaquetas.



E na medula óssea que tem lugar a hematopoiese ou seja a formação de células sanguíneas.
A consistência dura e resistente dos ossos resulta dos compostos de cálcio que constituem a massa esquelética.
II — Envelhecimento da estrutura óssea
A degenerescência senil também se faz sentir ao nível do esqueleto, tanto na parte medular como na calcificação e forma das suas peças.
Sofre-se uma acentuada perda de cálcio com a idade, o que se traduz por rarefacção dos ossos em densidade cálcica e no reticulado trabecular, fenómeno a que se dá o nome de osteoporose
A perda de massa esquelética chega a atingir os 30% dos valores na fase adulta, os ossos tornam-se quase transparentes nas imagens radiográficas, quebradiços ao mais ligeiro traumatismo. As vértebras deixam-se esmagar pelo peso que sobre elas é exercido, reduzindo algumas a sua espessura a menos de metade do normal, o que origina deformações da coluna vertebral e da postura.
Por seu turno a medula óssea entra em degenerescência gorda e consequente redução das suas faculdades hematopoiéticas.
O esqueleto não só perde vitalidade como se deforma.
Estas alterações são cada vez mais precoces e acentuadas e predominam no sexo feminino.
Entre as suas causas figuram as que são próprias da evolução senil e que poderemos classificar de normais, agravadas por outras evitáveis, provenientes de hábitos e implicações mormente da vida civilizada. No que respeita à osteoporose o seu predomínio no sexo feminino deve-se a disfunções endócrinas da menopausa e ao facto da massa esquelética do esqueleto adulto ser normalmente menor na mulher do que no homem.



As alterações senis do tubo digestivo conduzem, por má absorção, a carências alimentares, sobretudo qualitativas, em cálcio e nas vitaminas necessárias à sua absorção e fixação óssea.
A sedentariedade ou a escassa actividade muscular a que a civilização maquinista nos habitua (ou condena) e que a robótica ainda virá agravar, tem uma grande influência na consistência do esqueleto. A circulação sanguínea ao nível dos ossos é, com efeito, tributária da circulação nos músculos que os revestem e sobre eles se inserem e dos quais lhes provêm inúmeras arteríolas.
Compreendesse que músculos inactivos e atrofiados não assegurem aos ossos uma boa nutrição.
Os indivíduos asténicos possuem, por isso, menos massa esquelética que os robustos, que, pelo mesmo motivo de volume muscular, são também menor na mulher do que no homem.
A imobilidade, só por si, provoca osteoporose em pessoas jovens que apenas em quatro meses de repouso absoluto perdem cerca de 8% de massa esquelética, por deficiência de osteogénese e descalcificação.
Obviamente os trabalhadores braçais e os desportistas, de ambos os sexos, conservam-se em melhores condições esqueléticas do que os indivíduos sedentários, tanto em jovens como ao longo da vida.
Esta circunstância confere ao exercício muscular uma importante função regeneradora da estrutura esquelética em qualquer idade, tanto danificada por acidentes como por simples envelhecimento.



Além da fragilidade óssea que a osteoporose determina, os ossos das pessoas idosas estão muito mais expostos do que na juventude a fracturas, também por falta de revestimento muscular conveniente. O facto é bem patente para fracturas do colo do fémur — a mais frequente fractura na velhice feminina — por grande atrofia dos músculos nadegueiros.
As contracções musculares de defesa em acidentes mecânicos contribuem muitas vezes para as fracturas, porque fixam os ossos contra o impulso exterior que suportam. As quedas e outros traumatismos ocasionam, por isso, muito menos fracturas nos ébrios ou nas pessoas que perderam o conhecimento antes do acidente.
As fracturas do colo do fémur dos idosos o mecanismo, porém, é diferente: Devido às alterações artrósicas coxo-femurais, sobretudo osteofitose da cavidade cotiloide onde encaixa a cabeça do fémur, esta mantém-se fixa e o impulso longitudinal ou de torção da coxa provoca a deslocação da restante parte do osso e fractura do colo.
A contracção dos músculos nadegueiros atrofiados não é suficientemente forte para se opôr a essas deslocações, nem representa protecção eficaz dos traumatismos directos sobre o colo.
Outras fracturas muito frequentes na velhice são as da extremidade distrai do rádio e do cúbito (fractura de Colies) colo cirúrgico do húmero, dos ossos da bacia, e corpos vertebrais.
A defesa das quedas que são mais perigosas para a integridade dos ossos, pode conseguir-se tentando automatizar ao longo da vida processos mecânicos preventivos que podem instituir-se na ginástica geriátrica, embora seja já difícil nos idosos obter a automatização conveniente.

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