Como as dietas iô-iô prejudicam a saúde

Muitas pessoas decidem emagrecer e saltam de dieta em dieta, cada qual mais peregrina. Entram, assim, numa frustrante espiral de alterações de peso com efeitos devastadores para o organismo.

Quando o Verão chega, como acontece todos os anos, já se inaugurou a épocas das dietas com o objectivo de eliminar os inestéticos “pneus” e poder exibir um corpinho jeitoso na praia. Este fenómeno generalizado, também conhecido por “operação biquini”, é precisamente o oposto de uma corrida de fundo, pois o que se pretende, aqui, é emagrecer o máximo possível de forma rápida e quase sem esforço. Trata-se de uma prova em contra-relógio que não só se salda maior parte dos casos, por: rotundo fracasso, como produz o efeito oposto ao pretendido após semanas de privações, a pessoa engorda.

Não são poucos os que recorrem aos mais diversificados e absurdos regimes de emagrecimento. De facto, embora não exista uma investigação exaustiva a nível nacional sobre os comportamentos adoptados para perder os quilos a mais, a Sociedade Portuguesa para o Estudo da Obesidade calcula que mais de metade das mulheres portuguesas seguem uma dieta de emagrecimento.

• A selva ou a toranja

não operam milagres

Outro dado curioso: muitas mulheres recorrem a suplementos alimentares, um negócio que vendeu, entre Março de 2007 e Fevereiro de 2008, cerca de 850 mil unidades. Além disso, a maior das pessoas também considera que, para emagrecer, não é necessário recorrer a um especialista.

As dietas da seiva, da “sopa milagrosa”, da toranja, do ananás, de Montignac, da Clínica Mayo, de Atkins ou do dr. Hass são alguns dos regimes sensacionalistas mais conhecidos e que conseguiram encontrar eco entre os consumidores. Nenhum deles é realmente eficaz. Trata-se de jogadas comerciais ou verdadeiras fraudes que podem provocar desequilíbrios importantes no organismo e que quase sempre causam um fenómeno conhecido como “efeito iô-iô”, ou seja, perder repetidamente peso para voltar a ganhá-lo a seguir.

Estes regimes dietéticos sem fundamento científico surgiram há cerca de 40 ou 50 anos e, desde então, não cessam de proliferar e conquistar adeptos, devido à grande pressão social que fomenta padrões de beleza baseados na magreza.