Entende-se por obesidade um aumento excessivo de peso, sobretudo de gorduras, que constitui só por si um perigo para a saúde.
Para efeitos práticos usa-se na sua definição o índice de massa corporal (IMC) que relaciona o peso com a altura* e que se deseja, idealmente, entre 20 e 25 (para as pessoas de 20 a 65 anos); todavia só se considera verdadeiramente obesidade, com significativo prejuízo para a saúde, um índice acima de 30. Um IMC superior a 40 é considerado obesidade muito grave, de alto risco.
Embora o tipo constitucional tenha a sua influência (os leptosómicos ou longilineos, são habitualmente mais magros) uma regra simplificada, mas fácil de decorar, é não engordar, em quilogramas, para lá do número de centímetros que se tem acima de um metro (com 1,60 ou 1,70 não ultrapassar respectivamente 60 ou 70 Kg)**.
1. Sabia que a obesidade é uma situação altamente prevalecente, que resulta de um desequilibro energético entre as calorias que se ingerem (quantidade e qualidade da alimentação e das bebidas) e as que se gastam com o metabolismo basal do organismo e a actividade física de cada dia)*
Embora possa haver um componente genético na obesidade, ou uma doença exigindo tratamento especial, a grande maioria dos casos tem razões culturais (a alimentação habitual da família) e de comportamentos e estilos de vida (actividade profissional e hábitos de lazer ou desporto) a que se juntam muitas vezes razões psicológicas (ansiedade ou depressão).
2 - Para lá da agressão emocional da estigmatização - obeso ou obesa - a verdade é que a obesidade com IMC (índice de massa corporal) superior a 30 (e sobretudo > 40) tende a acompanhar-se de toda uma serie de perturbações e riscos para a saúde, que a transformam numa situação preocupante, merecedora da maior atenção:
• dispneia de esforço, apneia do sono, e insuficiência respiratória restritiva
• hipertensão arterial**
• hiperlipidémia (subida do colesterol total e LDL e dos triglicéridos, com baixa do HDL)***
• doenças cardiovasculares (doença aterosclerótica e coronária e acidente vascular cerebral) com especial gravidade nos fumadores****
• aparecimento de diabetes não insulino-dependente*****
• calculose biliar
• cancro da vesícula, do seio, do útero e dos ovários, nas mulheres, e do recto e da próstata no homem
• osteoartrose e gota urica na doença tromboembolica
3. Tem vindo a chamar-se a atenção para a maior gravidade da obesidade central, ou abdominal, tipo masculino ou forma de maçã (relação entre a cintura e o perímetro das coxas e nádegas > 1 no homem e > 0,8 na mulher) frente á maior benignidade da obesidade feminina, pélvica, em forma de pera, com a cintura nitidamente menor que o perímetro á altura dos grande troncanteres.
4. Uma vez que os hábitos alimentares se criam na infância, e que os jovens obesos permanecem em regra adultos obesos, impõe-se iniciar desde cedo, no ensino básico, uma educação alimentar* , implementando a "dieta inteligente" procurando convencer as crianças a reduzir os refrescos açucarados, gelados cremosos, bolos, chocolates e fritos, atraindo-as para os bons sabores e os saudáveis efeitos da fruta, leite, iogurte e queijo. E o mesmo se deve dizer do desporto e da actividade física diária, em oposição ao sedentarismo da TV entre outros.
5. Convém acentuar que muitas vezes a obesidade gradual e progressiva do adulto, após o casamento, se deve a uma vida mais sedentária (ele afasta-se dos amigos e do desporto e ela prende-se mais á casa, com vida mais parada) ambos se alimentando melhor e com mais gulodices.
Hoje em dia, com a mulher envolvida no mercado de trabalho e vida profissional igual ao homem, as tarefas de casa dividem-se mas o resultado é parecido: aumenta o peso por maior ingestão de calorias (como os "fast food") e aumenta o sedentarismo.
6. A maior prevalência e maior gravidade da obesidade nas sociedades da chamada civilização ocidental, pode atribuir-se também a factores psicológicos, como o aumento do stress, num mundo instável e muito mais competitivo, as carências afectivas (compensadas por indulgência alimentar) e a ansiedade ou depressão, somando-se á oferta excessiva, publicitária e não só, de guloseimas e de alimentação exageradamente gorda e doce (a comida "de plástico" das refeições rápidas: "junk food" e "fast food"), aliadas aos apoios mecânicos que reduzem todos os esforços (transportes, ascensores, apoio domiciliário, automação industrial).
Deve acrescentar-se a tudo isto as horas de imobilidade frente á T.V. ou ao computador, sem a alternativa de "GINÁSIOS", Campos de Jogos, complexos gimnodesportivos ou piscinas de acesso fácil.
As medidas mais importantes para a prevenção da obesidade, promovendo a saúde, bem estar e boa forma física, devem incluir o esclarecimento sobre a meta do peso ideal (IMC entre 20 e 25 ou peso em quilos menor que o número de centímetros de altura acima do metro), e o investimento de toda a sociedade em:
a) alimentação inteligente, com maior ingestão de frutas, verduras e alimentos magros, e menor de gorduras fritas e outros alimentos gordos, doces e bebidas alcoólicas ou açucaradas;
b) balanço energético mantido através da promoção do desporto e da actividade física diária, adequados á idade, sexo e estado de saúde;
c) promover nas comunidades, nas escolas e nas empresas ás iniciativas conducentes a:
• uma boa educação alimentar (que englobe o pessoal das cantinas e as empresas de "catering", e inclua até a correcta interpretação das etiquetas dos alimentos comercializados)
• e uma vida saudavelmente desportiva, a começar pelo passeio a pé, incluindo em todos os locais citados, campos de jogos, piscinas, GINÁSIOS e desportos aquáticos, que deverão abrir-se a toda a população.
As primeiras medidas para correcção da obesidade impõem uma obediência mais rigorosa (e acompanhada) ás recomendações anteriores, de forma a reduzir a ingestão calórica dia-a-dia (se necessário com a ajuda de dietista, que reveja tudo o que se come e se bebe), aumentando o esforço físico (aproveitando as oportunidades, a começar pelo passeio higiénico diário de 30 minutos, ou marcha rápida),procurando não emagrecer mais do que ½ Kg por semana (1 a 2 Kgs por mês, controlando com o peso ao levantar-se) até se aproximar do peso combinado com o médico.
As novas atitudes, comportamentos e estilos de vida, poderão assim vir para ficar, em programas a longo prazo.
Emagrecimentos rápidos prejudicam a saúde, e até o equilíbrio psíquico, e conduzem muitas vezes a graves recaídas, com rápido re-engordar, a que se segue nova luta para perder peso, numa sucessão de subidas e descidas em yô-yô, que alguns acusam de ser mais prejudicial do que a própria obesidade. Daí o relevo dado aos problemas comportamentais, apoio e acompanhamento médico, estabelecimento de metas razoáveis, e a oposição ao abuso de medicamentos (ou mesmo técnicas cirúrgicas), que ficam de reserva para os casos de obesidade muito grave.
Cuidado também com o emagrecimento dos jovens (uma pressão psicológica grande sobre a sua eventual obesidade pode facilitar casos graves de anorexia nervoso) e dos idosos (que pode sugerir doença clínica oculta, ou p.ex., intoxicação digitálica).
Na realidade a mortalidade relacionada com a obesidade segue uma curva em J: aumenta progressivamente com a maior obesidade, mas aumenta também no extremo oposto, nos casos de magreza excessiva (IMC «20).
Os casos de obesidade grave (IMC > 40) ou os de obesidade "irredutível", isto é, resistente a todas as medidas já citadas (peso igual ou superior passados 3 a 6 meses de regime) devem ser confiados a uma dietista ou nutricionista (em conjunto com o internista), ou mesmo a uma equipa multidisciplinar que integre também psiquiatras ou psicólogos, endocrinologistas, diabetólogos e cardiologistas.
Para minimizar e mesmo resolver alguns dos problemas atrás traçados o Ginásio de Canas de Senhorim, tem um profissional da área das actividades desportivas / saúde que, utilizando uma abordagem individualizada, avalia, motiva, educa e treina os seus clientes de acordo com as suas necessidades específicas em termos da sua saúde e condição física. Abordagem individualizada esta feita através de uma avaliação pré-programa de exercícios com uma história e exame físico, uma revisão da dieta e medicações, avaliações cardiovascular, avaliação neurológica, provas de esforço... A actividade Saúde e Cultura Corpóreo tem como objectivos mediatos: a formação do homem pelo desenvolvimento de uma capacidade de experimentar, compreender e realizar; capacidade de interagir com o contexto dinâmico ao qual a pessoa tem permanentemente de se adaptar; domínio da relação com o outro; domínio do espaço; promoção de um conjunto de actividades, de forma individualizada e devidamente orientada, que possibilitem uma melhoria da autonomia e qualidade de vida dos sujeitos, com reflexos esperados na saúde (como exemplo a obesidade).
Como objectivos imediatos a actividade procura promover o bem-estar; aumentar os níveis de independência e autonomia; aumentar a aptidão cardiovascular; aumentar os níveis de força e resistência muscular; manter e ou atenuar a perda de flexibilidade, coordenação e equilíbrio e a perda de peso.
Se não tem hábitos regulares de pratica de exercício, convidamos todos os interessados, sem compromisso algum a deslocar-se ao GINÁSIO.
MEXA-SE PELA SUA SAÚDE!!!
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